Marcelo Madeira
Maria Bethânia, o filme
A história musical do Brasil está repleto de boas cantoras. E Maria Bethânia é, sem dúvida, a intérprete mais aclamada de sua geração. Considerada por muitos a própria Diva da MPB.
Maria Bethânia Vianna Telles Veloso nasceu em 1946 na Bahia em Santo Amaro da Purificação. Foi para o Rio de Janeiro ainda moça com o sonho de se tornar artista.
Durante muitos anos se apresentou em boates de Copacabana de onde ainda guarda boas recordações: “Foi ali que aprendi o meu ofício… o público de boate é molinho, vão ali para conversar, namorar e deixam a cantora quieta no canto dela”.
Sua estréia nos teatros cariocas foi em 1965 no Show Opinião ao ser convidada para substituir Nara Leão. Dali saiu sua interpretação da música “Carcará” de João do Vale que a tornaria famosa por todo o Brasil.
Na década de setenta, junto com seu irmão Caetano Veloso e os amigos Gal Costa e Gilberto Gil, realizou no Canecão, no Rio de Janeiro, o Show “Doces Bárbaros” lançado em LP com grande sucesso de crítica e público.
Maria Bethânia nunca abraçou a Bossa Nova, um gênero musical considerado mais tranquilo para o seu estilo com forte carga dramática, por isso, seu repertório é calcado em sambas canções, serestas e canções românticas.
Ao completar 35 anos de carreira em 2001, Maria Bethânia nos brindou com o show “Maricotinha” lançado também em DVD e CD duplo. No repertório a cantora passeia pelos sucessos que marcaram sua carreira e declama poemas de Fernando Pessoa. Seu último show intitulado “Brasileirinho” gravado no Canecão do Rio de Janeiro é uma homenagem ao Brasil e sua tradição musical mais remota. Maria Bethânia interpreta canções regionais do folclore popular e peças do compositor clássico Heitor Villa Lobos.
Atualmente está em cartaz, nos cinemas de diversas cidades da Suíça, um filme que retrata o perfil da intérprete mais amada do Brasil e um pouco de sua trajetória artística. O filme “Música é Perfume” de Georges Gachot é de uma sensibilidade peculiar e convida o espectador a entrar no universo mágico e extremamente músico-teatral de Maria Bethânia.
Artigo de Marcelo Madeira publicado na Revista Via Brasil na Suíça.
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